O chefe de Repressão ao Contrabando da Receita Federal do Brasil, Mauro de Brito, disse nesta quarta-feira (23/5) que o Brasil não é pirata e sim vítima da pirataria mundial. Brito participa de seminário em Foz do Iguaçu sobre a cooperação entre os setores público e privado para o combate à pirataria e ao contrabando.
Estão reunidos representantes do Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP), Polícia Federal (PF), Ministério das Relações Exteriores (MRE) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além de entidades privadas como a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e Abrinq (Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos).
Brito diz que a intenção do seminário é buscar o diálogo entre os setores público e privado. O primeiro passo dado em direção a essa cooperação, segundo ele, foi integrar os órgãos públicos envolvidos no combate à pirataria. De acordo com Brito, a tarefa agora é passar para o segundo processo, o de aproximar-se da iniciativa privada. "O Brasil não é pirata, é vítima da pirataria mundial", disse.
Foram citados exemplos de parcerias entre os setores públicos e privados que já coibiram a pirataria na região da tríplice-fronteira. Franklin de Melo Neto, representante da Abrinq, comentou que Foz do Iguaçu representava 25% de todos os brinquedos ilegais apreendidos no país. Depois das políticas de repressão, esse número caiu para 0,1%. Em 2003, por exemplo, 30% de todos os isqueiros do país eram piratas; hoje o número está entre 4% e 5%.
Gilberto Tragancin, delegado da RFB em Foz do Iguaçu, afirmou, que além das ações de repressão ao contrabando e à pirataria, existem parcerias com instituições públicas e privadas locais de ensino fundamental para promover a conscientização das crianças sobre os malefícios do contrabando. "As ações de combate ao contrabando vão além da ação coercitiva", afirmou Tragancin. Para ele, é necessário aliar as ações de repressão à educação da sociedade sobre os danos causados pela pirataria.