Os novos dados de indícios de desmatamento do Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD) comprovam que o Estado de Mato Grosso continua apresentando redução nos números. Para o SAD, a estatística em área, referente aos indícios de desmatamento, é calculada de 1º de agosto de um ano a 31 de julho do outro. Desta forma, do início do atual ano de desmatamento (1º de agosto de 2007) até o mês de março, Mato Grosso apresentou uma redução de 16% comparado ao período anterior (1º de agosto de 2005 a março de 2006). No último período foram 1.853 quilômetros quadrados de indícios de desmatamento.
De acordo com os dados do SAD, divulgados pelo Instituto Centro e Vida e pelo Imazon, Mato Grosso registrou área com indícios de desmatamento de 149 quilômetros quadrados nos três primeiros meses deste ano. O número é muito menor do que aponta o sistema de Detecção em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo o Deter, o total de indícios de desmatamento no Estado tinha sido de 639 quilômetros quadrados em fevereiro e 112 quilômetros quadrados em março. Estes dados são questionados pelo Governo do Estado. A secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) verificou todos os dados em campo e comprovou que cerca de 90% dos dados do Deter não correspondem a desmatamentos recentes e, em alguns casos, não são nem mesmo áreas desmatadas.
O secretário de Meio Ambiente em exercício, Salatiel Alves de Araújo, enfatiza que a diferença nos dados se dá principalmente pela metodologia utilizada pelos institutos. A partir deste ano o Deter começou a apontar e medir com mais ênfase a degradação progressiva, um conceito novo e uma análise que não era enfatizada tanto pelo INPE na sua estatística. Estatística esta que não pode, na opinião do secretário, ser apontada como informação suficiente para dizer se existe uma retomada no ritmo do desmatamento como ocorria há 4 anos. Também enfatizou que somente os números de outro sistema de medição de desmatamento, o PRODES, que é uma medição feita anualmente desde 1988 pelo INPE, deve ser usado para dizer se no Estado de Mato Grosso houve ou não quantidade menor ou maior do que no período de 2007.
Salatiel aponta ainda que os dados do SAD se aproximam do que a Sema tem verificado nas fiscalizações in loco, ao contrário dos dados do DETER que, conforme levantamento feito pela Sema, aponta erroneamente como desmatadas várias áreas com vegetação intacta. E reafirma que a Secretaria continuará atuando de forma efetiva na fiscalização do desmatamento e embargando as áreas que realmente forem desmatadas. A Secretaria de Meio Ambiente, sob o comando do secretário Luis Henrique Daldegan, continuará também a importante agenda positiva que vinha desenvolvendo com os vários setores da sociedade de maneira a evitar novos desmatamentos.
Este mês a Sema embargou áreas desmatadas em seis propriedades. Foram oito municípios fiscalizados, em um total de 65 pontos que o Deter apontava como desmatados entre janeiro e fevereiro. O desmatamento ocorreu de fato em 17 destes pontos, que estão nas seis propriedades com áreas embargadas e em áreas de assentamentos. As áreas embargadas correspondem a aproximadamente 15 mil hectares e estão localizadas nos municípios de São Félix do Araguaia (1.200 km a Nordeste de Cuiabá), Vila Rica (1.259 km a Nordeste de Cuiabá), Querência (945 km a Nordeste de Cuiabá) e Gaúcha do Norte (595 km ao Norte de Cuiabá).
Os dados do SAD
De acordo com os dados divulgados pelo ICV e pelo Imazon, o resultado da detecção dos indícios de desmatamento entre os três primeiros meses do ano foram: janeiro de 2008 atingiu 37 quilômetros quadrados, fevereiro de 2008 alcançou 51 quilômetros quadrados e, em março de 2008 totalizou 61 quilômetros quadrados
Mais da metade (54%) dos indícios de desmatamento detectados entre janeiro e março de 2008 ocorreu em São Felix do Araguaia, com uma área total de 81 quilômetros quadrados. Em seguida aparecem Querência (10%) e Gaúcha do Norte (7%).
Fonte: ANDRÉIA FONTES - Assessoria/Sema-MT